quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A gloriosa UNE

Conhece a UNE? Talvez só de nome. É a União Nacional dos Estudantes. A UNE, há muito tempo, teve um papel importante no processo democrático do país. Hoje, não passa de uma representação estudantil que não faz merda alguma, a não ser ter um bando de filhote de vereador que usa o movimento estudantil como palanque político. Atualmente, a presidente é filiada ao PC do B.

E o movimento jovem dos comunistas tem um nome. É a famosa (?) UJS, que quando a sigla é desmembrada tem o nome de União da Juventude Socialista. A UJS, segundo as más línguas, era a financiadora da chapa que comandou D.A. de Comunicação da Unisinos entre os anos de 2007 e 2008, até ser derrotada pela Esfera Pública, que diz ser apartidária.

Uma das integrantes da antiga gestão é a Gisele, o clone da Manuela D'Ávila, dada a diferença étnica (sem preconceitos aqui; sério). Mas não é sobre isso que quero falar.

O DCE da Unisinos tem um site. Se tu não conhece, não te preocupa: não perde nada. Mesmo. A não ser alguns momentos de risada. Ainda mais quando tem matérias com um título Pró-UNE (e não Prouni) e, no texto, cita a entidade que, dizem, representa todos os estudantes do Brasil apenas uma vez.

A chamada é "Mais uma vitória da Gloriosa (hahaha) União Nacional dos Estudantes", no texto, a única referência é essa:

"(...)Mas frisou, sob os aplausos de estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) presentes nas galerias:

- É preciso tirar isso da Constituição para que nenhum governo caia na tentação de desviar recursos da educação.(...)
"

Essa foi a vitória da "gloriosa" UNE: aplaudir um projeto que nem de autoria dela foi (e, se foi, a "assessoria de imprensa" da entidade não citou nada). Viu? "Nossos representantes" sabem bater palmas, iguais a macaquinhos amestrados (espero que o Ibama não me processe por ter insultado os pobres macaquinhos).

E o pior é que isso também acontece nas universidades...

Samba do crioulo doido

Notícia do portal G1, no dia 14/08/2008:

Veja o que determina projeto de lei sobre estágio aprovado na Câmara

A proposta estabelece jornada máxima de seis horas diárias e 30 horas semanais para os estudantes de ensino superior, educação profissional e ensino médio. (...) O estágio na mesma empresa ou instituição não poderá durar mais de dois anos. (...) É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou 
superior a um ano, período de recesso de 30 dias, que deve ser tirado de preferência durante as férias escolares. As férias devem ser remuneradas caso o estagiário receba bolsa-auxílio.

Notícia do Portal 3, no dia 15/08/2008:

Grupo RBS seleciona estagiários

(...)O candidato da Rádio Gaúcha precisa ter disponibilidade para trabalhar em finais de semana e nas jornadas esportivas. O horário de trabalho é das 18h às 24h. O estagiário deverá dar suporte à produção de programas e reportagens em geral. 

No Hagah a vaga é para inserir e atualizar conteúdo no site (Lazer e Cultura e Locais e Serviços); organizar e editar releases, imagens, áudios e vídeos; relacionar-se diretamente com assessorias de imprensa, produtores e promotores e realizar clipagem de material. A exigência é ter disponibilidade para trabalhar aos finais de semana.

(...)Para tanto, é necessário que o aluno tenha concluído 100 créditos do curso de Jornalismo e ter cursado as disciplinas de jornalismo On Line I (para a vaga do Hagah), Rádio II (para a Rádio Gaúcha) e Redação I (para ambas as vagas).

Consultando o currículo do curso de Jornalismo da Unisinos constatamos o seguinte:

- Existem 8 cadeiras do curso que podem ser cursadas pela manhã. Cinco do primeiro semestre e três do segundo.

- As cadeiras de pré-requisito para as vagas na RBS só estão disponíveis à noite.

- 100 créditos são equivalentes a cinco semestres completados. E não existe nenhuma cadeira do 6° semestre que pode ser feita pela manhã.

Então pedimos a colaboração dos nossos raros leitores para responder a quatro pequenas dúvidas:

1) Quem vai ter colhões para processar a RBS por não respeitar a regra dos estágios, estragando sua hipotética chance de um dia trabalhar lá (quiçá em qualquer outro veículo do RS)?

2) O que passou pela cabeça do "gênio" responsável por divulgar uma vaga de estágio (até então ilegal) para os alunos da Unisinos, sendo que estes, racionalmente falando, não podem concorrer por causa do currículo?

3) Quem é ingênuo o suficiente para achar que nestas vagas da RBS o cidadão vai trabalhar realmente 6h por turno, e ter férias se o estágio passar de um ano?

4) Quando é que o Portal 3 vai migrar para um blog no Blogspot ou no Wordpress? (ia ficar bem melhor que o sistema atual, ah ia...)


Palmas para os gênios da Unisinos!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O custo do desespero

Para uma chapa ocupar por um ano as benesses do Diretório Central dos Estudantes, é necessário que o pleito tenha o número significativo de 50% mais um de alunos votantes. O que acontece na Unisinos é que a maioria está cagando e andando para que os nossos filhotes de vereador estão fazendo com a representatividade dos estudantes. Tal interesse se reflete nas urnas - poucos votam, sendo alguns induzidos pelos amiguinhos e conhecidos.

Como não há horário político na Unisinos (o que nos tira a possibilidade de desligar a TV e ler um livro), a solução para a divulgação das idéias revolucionárias está na boa e velha batidinha na porta da sala, interrompendo a aula.

"Com licença, professor. Será que poderíamos dar uma palavrinha com a turma?"

Aí entra aquele batalhão de cinco, seis pessoas, distribuindo panfletos pra todo mundo. O capitão da equipe, inebriado pelo espírito de Che Guevara, inclina o queixo para cima, mira o fundo da sala e prolifera um discurso capaz de fazer as pessoas chorarem. De vergonha alheia, é claro. Tiram dez minutos da aula para falarem merda. Ah, e nem pense em contrariá-los! Na falta de argumentos plausíveis, dizem que você é um analfabeto político, um alienado, e coisas do gênero.

Colocando na ponta do lápis, e supondo que um mínimo de quatro chapas irão se candidatar (uma da UJS, uma que é contra a UJS, uma de torcedores do Grêmio e uma "laranja"), e que cada uma irá ocupar no mínimo 10 minutos da sua atenção, em um mês você perderá cerca de R$ 20. Pra quem mora em POA, são praticamente três passagens de Central.

Minha sugestão? Quando algum grupo de alienados invadir a sua sala para falar merda, cobre dele os seus R$ 5 de direito e vá fazer um lanche. Com certeza vai cair bem melhor no estômago do que uma ideologia barata e falsa.

domingo, 24 de agosto de 2008

Contra a escuridão, basta uma chama

Havia um desenho da Caverna do Dragão que era o seguinte: uma entidade das trevas usava a escuridão para raptar as pessoas de uma aldeia. Se ele raptasse a milésima vítima, ia ficar muito forte. A única solução era uma velhinha que viajava numa carroça, cujo poder era usar o seu corpo para emanar uma luz forte. Quem havia dado a barbada foi o Mestre dos Magos, que disse: "Para derrotar a escuridão, basta apenas a chama de uma vela". Se não se lembra, pode clicar aqui e aqui.

Nossa intenção não é a de nos tornarmos sábios mágicos baixinhos que somem atrás de uma pedra depois de uma frase de efeito. Passamos por um momento acadêmico muito patético. Bons professores estão indo embora, mensalidade aumentando, recaucados tramando picuinhas políticas pelos corredores dos centros, pessoas fúteis que não dão valor à grande oportunidade que é cursar o ensino superior.

No meio de tudo isso estamos nós, um grupo de estudantes de jornalismo, insatisfeitos com o que a Universidade têm a nos oferecer, revoltados contra o mercado da profissão que prefere gado doutrinado à profissionais pensantes e diplomados, e desmotivados, por saber que, na maioria das vezes, compartilhamos a sala de aula com um rebanho bovino, sem muita variação de mugidos, totalmente previsíveis e que se acham os donos do pedaço.

Não iremos nos identificar aqui, mas vocês nos conhecem. Somos aqueles que não baixam a cabeça, que não se entregam tão fácil, e que quando entram numa briga, entram pra detonar.

A partir de agora, a Unisinos não será mais a mesma.